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Após 300 anos, ladrilho hidráulico ressuscita no Brasil

Artefato de cimento ganha espaço nas construções sustentáveis, pois produção dispensa uso de fornos e, consequentemente, emite menos CO2. O projeto da prefeitura de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, de recuperar os famosos ladrilhos que revestem o patrimônio histórico dos tempos do Império, levou o revestimento artesanal – inventado no século XVIII – a renascer na região. Empresas fabricantes de artefatos de cimento passaram a investir no produto, a fim de fornecer material para a restauração, e enxergaram nele a possibilidade de desenvolver um novo segmento no mercado.

Outro impulso dado à fabricação desses artefatos, que ainda segue um viés artesanal, vem da construção sustentável. Como os ladrilhos hidráulicos dispensam o uso de fornos e, consequentemente, emitem menos CO2 na produção, têm ganhado a preferência para compor pisos decorativos ou revestir paredes, tornando-se um concorrente para cerâmicas e porcelanatos. A alta resistência à abrasão também faz do produto um elemento requisitado em calçadas.

Durabilidade é outra virtude do ladrilho hidráulico. A mistura de cimento com pigmentos faz com que as cores resistam íntegras por décadas. A composição do desenho vem das formas de metal, que são preenchidas com o cimento e as misturas de cores. Em seguida, o material é compactado sobre grande pressão, por meio de prensas manuais ou mecânicas. Depois de formatado, o ladrilho hidráulico é retirado da prensa e colocado para secar em prateleiras, para, após ficar imerso em água por 24 horas, ir para a cura e a secagem.

Faltam opções no mercado

Um case que resume o bom momento do mercado de ladrilhos hidráulicos foi relatado pelo economista, com formação em engenharia de planejamento, Felipe Honorato. O profissional integra o grupo que atua no PDE (Plano de Desenvolvimento Empresarial) voltado para o setor de artefatos de concreto e ligado à Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP). Em palestra na edição 2015 do Concrete Show, Honorato usou o modelo da empresa Ladrilhos Petrópolis, que hoje vende artefatos através de uma plataforma online. “A empresa recebe o projeto do arquiteto, determina cores e desenhos e executa as peças, com entrega em 30 dias. Isso é uma inovação importante”, ressalta.

Honorato lembra que o Plano de Desenvolvimento Empresarial tem atualmente a adesão de 374 empresas. O grande desafio que se impõe a elas é diversificar produtos. “Falta um pouco de inovação. Isso ainda não é um grande gap (atraso) para o setor, mas pode ser no futuro. Um exemplo comparativo ocorre com a espanhola Breinco, uma das maiores fábricas de artefatos de cimento do mundo. Ela tem um portfólio de quase 2.500 produtos. Aqui, nossas fábricas mais desenvolvidas têm 120. Mas a grande maioria trabalha com 4 ou 5 produtos. É preciso rever isso e os ladrilhos hidráulicos estão aí para provar que é possível”, finaliza Filipe Honorato.

http://www.cimentoitambe.com.br/ladrilho-hidraulico-no-brasil/

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